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Veja como são feitos os métodos de combate


Em 2002, foi elaborado o Plano Nacional de Controle da Dengue (PNCD) em função do aumento do risco de epidemias, ocorrência de casos graves de dengue e reintrodução e rápida disseminação do sorotipo 3 no país. Com os surtos de febre amarela, e a introdução do vírus da Zika e da Chikungunya no Brasil, e considerando que todas possuem o mesmo mosquito como vetor, as medidas de combate à dengue também beneficiam o combate a essas outras arboviroses.

O combate é realizado principalmente a nível municipal, com base nos seguintes princípios: vigilância epidemiológica, combate ao vetor, assistência aos pacientes, integração com atenção básica, ações de saneamento ambiental, ações integradas de educação em saúde, comunicação e mobilização social, capacitação de recursos humanos, legislação, entre outros. Apesar desse amplo espectro de ações, o centro das ações públicas acaba sendo o combate ao vetor.

Há basicamente três tipos de mecanismos de controle: mecânico, biológico e químico.

•    Controle mecânico: baseado em práticas capazes de eliminar o vetor e os criadouros ou reduzir o contato do mosquito com o homem, tais como a proteção, a destruição ou a destinação adequada de criadouros, drenagem de reservatórios e instalação de telas em portas e janelas.
 
No Brasil, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate a Endemias (ACE), em parceria com a população, são responsáveis por promover o controle mecânico e químico do vetor, cujas ações são centradas em detectar, destruir ou destinar adequadamente reservatórios naturais ou artificiais de água que possam servir de depósito para os ovos do Aedes. Quando o foco do mosquito é detectado, e não pode ser eliminado pelos moradores de um determinado local, a Secretaria Municipal de Saúde deve ser acionada. 

As principais instruções são:

Dentro de casas e apartamentos

•    Tampar os tonéis e caixas d’água;

•     Manter as calhas sempre limpas;

•     Deixar garrafas sempre viradas com a boca para baixo;

•     Deixar ralos limpos e com aplicação de tela;

•     Limpar semanalmente ou preencher pratos de vasos de plantas com areia;

•     Limpar com escova ou bucha os potes de água para animais;

•     Retirar água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa e na bandeja da geladeira.

Área externa

•    Cobrir e realizar manutenção periódica de áreas de piscinas e de hidromassagem;

•     Limpar ralos e canaletas externas;

•     Atenção com bromélia, babosa e outras plantas que podem acumular água;

•    Controle biológico: é baseado na utilização de predadores ou patógenos que podem matar o mosquito, reduzindo sua população.
 
Predadores
 
Entre as alternativas disponíveis de predadores estão os peixes e os invertebrados aquáticos, que comem as larvas e pupas, e os patógenos que liberam toxinas, como bactérias, fungos e parasitas.
 
Bacilo larvicida
 
Outra alternativa é a utilização do Bacillus thuringiensis israelensis (Bti), um bacilo com potente ação larvicida, produzindo endotoxinas proteicas. Entretanto, apesar de o Bti ser eficaz na redução do número de Aedes imaturos nos recipientes tratados em curto prazo, não há evidências de que esse método isolado possa impactar na redução da morbidade da dengue em longo prazo.
 
Wolbachia

Como controle biológico do vetor, o Brasil já fez testes usando Wolbachia, uma espécie de bactéria simbionte intracelular capaz de reduzir pela metade o tempo de vida de um mosquito adulto e ainda é capaz de produzir incompatibilidade citoplasmática completa, o que resulta em uma progênie estéril. Mosquitos machos com Wolbachia acasalam com mosquitos fêmeas sem Wolbachia, e essas fêmeas fazem a postura de ovos que não eclodirão. 

Por sua vez, a transmissão da bactéria para as gerações descendentes ocorre quando mosquitos machos com Wolbachia acasalam com fêmeas que já estejam transportando a bactéria e vice-versa. A Wolbachia também se mostrou capaz de suprimir ou eliminar a transmissão de arbovírus, pela competição por aminoácidos entre o mosquito hospedeiro e o vírus.

Uma estratégia biológica mais recente é o desenvolvimento de mosquitos transgênicos, que contém um gene letal dominante. São liberados mosquitos machos com marcadores fluorescentes vermelhos. Eles copulam com fêmeas normais e seus descendentes morrem ainda na fase larval. No Brasil já foram testadas em algumas cidades esse método, tendo início em Juazeiro-BA e em Campinas –SP, com resultados bastante positivos, de redução de mais de 80% da população de Aedes aegypti em Juazeiro.

•    Controle químico:
consiste no uso de produtos químicos, que podem ser neurotóxicos para o mosquito, análogos de hormônio juvenil e inibidores de síntese de quitina, para matar larvas e insetos adultos. Esse tipo de controle deve ser realizado mediante cuidado, seguindo as normas de vigilância e manejo ambiental, devido à possibilidade de seleção de vetores resistentes aos produtos e da geração de impactos ambientais e sociais.
 
Inseticidas
 

O uso de inseticidas para controle de populações de mosquitos adultos (adulticidas) e na sua forma larvária (larvicidas) pode ser feito por meio do tratamento focal – larvicida e perifocal – adulticida e da aspersão aeroespacial de inseticidas em ultra baixo volume (UBV).  O tratamento de aspersão aeroespacial de inseticidas em UBV, feito com equipamento portátil costal ou acoplado a veículos, tem como função específica eliminar formas adultas de Ae. aegypti, e deve ser utilizado somente para bloqueio de transmissão e para controle de surtos ou epidemias. Essa nebulização não é seletiva, eliminando todos os mosquitos, e pode acabar selecionando vetores resistentes. Como a exposição ao inseticida geralmente é baixa e pouco frequente, não há muitos riscos para a saúde da população.


Repelentes

São três os princípios ativos dos repelentes comercializados no Brasil aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa):

Compostos naturais
 
Alguns compostos naturais, como óleos essenciais de plantas, têm sido investigados para constatação de atividade larvicida contra o Ae. aegypti. As características de determinados grupamentos químicos estruturais desses compostos ou a combinação entre eles podem conferir aumento ou redução da atividade larvicida. São compostos considerados inofensivos, como por exemplo o limoneno, encontrado na casca de frutas cítricas, e o óleo de soja. Importante destacar que esses novos compostos devem, além do efeito larvicida, demonstrar um efeito residual prolongado nos depósitos onde são aplicados.
 
Mosquitos dispersores de inseticidas
 
Alguns experimentos estão sendo realizados com mosquitos dispersores de inseticidas. A estratégia consiste em atrair as fêmeas do Aedes até pequenos recipientes, chamados de "estações de disseminação", tratados com o inseticida piriproxifeno. O inseticida em pó gruda no corpo do mosquito e são levadas por eles até os criadouros e na postura dos ovos, as partículas do inseticida são deixadas por elas na água, tornando os reservatórios letais.
 
Esterilização de insetos por irradiação
 
Outra alternativa de controle vetorial promissora é a técnica de esterilização de insetos (SIT) por irradiação, que consiste em tratar os insetos machos com uma dose mínima de raios gama ou raios X para induzir rearranjos cromossômicos aleatórios e provocar esterilização dos machos.
Quadro com as principais estratégias de combate às arboviroses

Referências

http://www.ans.gov.br/prevencao-e-combate/combate-ao-mosquito-aedes-aegypti

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-96222016000200391

http://www.ebc.com.br/noticias/saude/2015/12/zika-virus-repelente-adequado-contra-mosquito-aedes-aegypti