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Febre Amarela: ciclo silvestre e ciclo urbano. Uma visão epidemiológica


Em março deste ano, segundo informações do portal G1, vários macacos foram encontrados mortos na região de Laje do Murié, RJ, o que alertou a vigilância epidemiológica da região. A mais provável, e depois confirmada, causa da morte era a Febre Amarela, doença que usa os macacos bugio como reservatório natural. Mesmo sendo encontrados poucos macacos mortos, deve-se depreender que a doença está em surto nessa espécie, pois um número muito maior morreu por tal causa, mas suas carcaças já haviam sido perdidas por alimentação de outros animais.
 
A proximidade de tal região rural com a região urbana retoma um grande risco: a possibilidade de a Febre Amarela voltar ao seu ciclo urbano, fato que na América Latina não ocorre desde 2008, em Assunção. Sua restrição ao ciclo rural é causada pelos seus vetores, que preferem essa região: Haemagogus e e Sabethes, com destaque ao primeiro.
 
O maior risco para a reinserção dessa doença em seu ciclo urbano seria um infectado importado, vindo de outro estado ou região em que há o ciclo silvestre, para uma região urbana em que há grande infestação por Aedes aegypti. Contudo, o Sistema de Vigilância de Epizootias em primatas humanos, tendo como marco inicial o ano de 1999, após período de intensa transmissão na região Centro-Oeste do país, onde a ocorrência de epizootias em PNH precedeu e acompanhou a ocorrência de casos humanos de transmissão silvestre. A partir de então, o Ministério da Saúde passou a incentivar iniciativas para detectar a circulação do vírus ainda em seu ciclo enzoótico.  A principal medida de prevenção da FA em humanos é a vacinação. Desde 1998, o Ministério da Saúde vem intensificando a aplicação da vacina contra FA, incluída nos calendários de vacinação.


A região mais recentemente afetada por focos de febre amarela foi a região Sudeste do país. Em março de 2016, um óbito foi confirmado no município de Bady Bassitt, em São Paulo. A partir de então, o número de epizootias de PNH notificadas no estado aumentou, sendo que, até o momento (SE-52/2016), 16 foram confirmadas para Febre Amarela. Os municípios de SP com epizootias confirmadas são: São José do Rio Preto [1], Ibirá [1], Potirendaba [1], Pindorama [2], Adolfo [1], Catanduva [2], Jaboticabal [2], Monte Alto [1], Cajobi [1], Severínia [2] e Catiguá [2]. O último evento confirmado foi um óbito humano em Ribeirão Preto (dezembro/2016). A intensa circulação viral detectada na região indica a dispersão do vírus e a manutenção da transmissão ativa já no início do período sazonal

Referência

http://g1.globo.com/rj/norte-fluminense/noticia/2017/03/cinco-macacos-sao-achados-mortos-na-zona-rural-de-laje-do-muriae-no-rj.html

http://www.scielo.br/pdf/ress/v25n1/2237-9622-ress-25-01-00011.pdf

hhttp://portalsaude.saude.gov.br/index.php/situacao-epidemiologica-dados-febreamarelattp://www.cives.ufrj.br/informacao/fam/fam-iv.html